BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma Introdução Ao Estudo de Psicologia. In: ____.A psicanálise. São Paulo: Saraiva, p. 368.
Com o estudo dos “processos misteriosos” do psiquismo, suas “regiões obscuras”, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como problemas científicos, levou Freud à criação da psicanálise.
O termo Psicanálise é usado em três campos diferentes: como teoria caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como método de investigação busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres. Como prática profissional refere-se à forma de tratamento- analise – que busca o autoconhecimento ou a cura, que ocorre através desse autoconhecimento.
Freud formou-se em medicina na Universidade de Viena, em 1881, especializou
Breuer nomeou de método catártico o tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Esta liberação de afetos leva à eliminação dos sintomas.
Inicialmente Freud usava a hipnose para obter a historia da origem dos sintomas. Posteriormente, passou a utilizar o método catártico. Depois de algum tempo Freud modifica esse tratamento e não empregará mais a hipnose. Desenvolveu a técnica de “concentração”, na qual a rememoração sistemática era feita por meio de conversação normal; e por fim abandonou as perguntas para se confiar por completo à fala desordenada do paciente.
Ao deixar seus pacientes à vontade no curso de suas falas e idéias, Freud observou que muitas vezes, eles ficavam embaraçados, envergonhados com algumas idéias ou imagens que lhes ocorriam. A esta força psíquica que se contrapõem a tornar consciente, a expor um pensamento, Freud nomeou de resistência. E chamou de repressão o processo psíquico que visa esconder, fazer desaparecer da consciência, uma idéia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Estes conteúdos psíquicos “localizam-se” no inconsciente.
Em 1900, Freud apresenta concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instancias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
No inconsciente estar os conteúdos reprimidos, que não tem acesso aos sistemas pré-consciente/ consciente, pela ação de censuras internas. Estes conteúdos podem ser sido conscientes, em algum momento, e ter reprimidos, isto é “foram” para o inconsciente, ou podem ser genuinamente inconscientes.
O pré-consciente é onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis a consciência. É aquilo que não está na consciente, neste momento, e no momento seguinte pode estar.
O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informação do mundo exterior e as do mundo interior.
Freud nas suas práticas clinicas sobre as causas e o funcionamento das neuroses, descobriu que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos nos primeiros anos de vida se configuravam como origem dos sintomas atuais. Assim a sexualidade é postulada a existência da sexualidade infantil.
Os principais aspectos destas descobertas são:
A função sexual existe desde o principio da vida, logo após o nascimento.
O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção do prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher.
A libido, nas palavras de Freud, é a energia dos instintos sexuais.
As excitações sexuais estão localizadas em parte do corpo. Com isso, Freud postula as fases de desenvolvimento sexual em: fase oral (a zona de erotização é a boca), fase anal (a zona de erotização é o anus), fase fálica (a zona de erotização é o órgão sexual); em seguida vem um período de latência, que se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das atividades sexuais. E, finalmente a fase genital, quando a erotização não está mais no próprio corpo, mas em um objeto externo ao individuo – o outro.
Na fase fálica que acontece dos três ao cinco anos ocorre o complexo de Édipo, onde a mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai é o rival. Ele então procura ser o pai para “ter” a mãe isso ajudará na estruturação da personalidade do individuo. Ao internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna e com medo de perder o amor do pai “desisti” da mãe.
A realidade psíquica é aquilo que para o indivíduo, assume valor de realidade. E é isso o que importa, mesmo que não corresponda a realidade objetiva.
Outro postulado teórico de Freud é o funcionamento psíquico que é concebido a partir de três pontos de vista: o econômico (que existe uma quantidade de energia que “alimenta” os processos psíquicos), o tópico (aparelho psíquico é constituído de um numero de sistemas que são diferenciados quanto a sua natureza e modo de funcionamento, o que permite considera-lo como “lugar” psíquico) e o dinâmico (no interior do psiquismo existem forças que entram em conflito e estão, permanentemente, ativas. A origem dessas forças é a pulsão). Compreender os processos e fenômenos psíquicos é considerar os três pontos de vista simultaneamente.
A pulsão (Eros é a pulsão de vida e abrange as pulsões sexuais e as de autoconservação e Tanatos é a pulsão de morte) e sintoma (conflito interno entre o desejo e os mecanismos de defesa).
Ao remodelar a teoria do aparelho psíquico, em 1920 e 1923, Freud introduz os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade.
O id constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se “localizam” as pulsões: a de vida e a de morte. Já o ego é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências de id, as exigências da realidade e as “ordens” do superego. Procura “dar conta” dos interesses da pessoa. É regido pelo princípio da realidade, que, com o princípio do prazer, rege o funcionamento psíquico. É um regulador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação considerando as condições objetivas da realidade. O superego origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalizarão das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais. Para a Psicanálise, o sentimento de culpa origina-se na passagem pelo complexo de Édipo.
Os mecanismos de defesa são processos realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo. Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo assim o aparelho psíquico. Os mecanismos de defesa são: recalque, formação reativa, regressão, projeção e a racionalização. Há outros mecanismos de defesa do ego como: denegação, identificação, isolamento, anulação retroativa, inversão e retorno sobre si mesmo.
O trabalho psicanalítico é o deciframento do inconsciente e a integração de seus conteúdos na consciência. Isto por que estes conteúdos desconhecidos e inconscientes que determinam à conduta dos indivíduos.
3 comentários:
Parabéns pelo resumo, está muito bem elaborado, repleto de detalhes bem significativos! Foi de suma importancia, para minha compreensão inicial sobre psicanalise! bjO
Esta ótimo, me ajudou bastante, até pq hoje tenho prova de psicologia jurídica, estou desesperada..rsrsrrs, mas me ajudou bastante, em relação a quantidade de folhas da capítulo do livro, o resumo está maravilhoso!obrigada!
Muito bom o texto. Me ajudou bastante para melhor entender a Psicanálise, Parabéns e obrigado!
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