sábado, 21 de julho de 2007

Alívio Imediato

o melhor esconderijo
a maior escuridão
já não servem de abrigo
já não dão proteção
a Líbia bombardeada
a libido e o vírus
o poder, o pudor
os lábios e o batom

que a chuva caia
como uma luva
um dilúvio
um delírio
que a chuva traga
alívio imediato

que a noite caia
de repente caia
tão demente
quanto um raio
que a noite traga
alívio imediato

há espaço pra todos
há um imenso vazio
nesse espelho quebrado
por alguém que partiu
a noite cai
de alturas impossíveis
e quebra o silêncio
e parte o coração

há um muro de concreto
entre nossos lábios
há um muro de Berlim
dentro de mim
tudo se divide
todos se separam
duas Alemanhas
duas Coréias
tudo se divide
todos se separam

Piano-bar

O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde, eu perco você
Como um barco perde o rumo
Como uma árvore no outono perde a cor

O que você não pode eu não vou te pedir
O que você não quer eu não quero insistir
Diga a verdade, doa a quem doer
Doe sangue e me dê seu telefone

Todos os dias eu venho ao mesmo lugar
Às vezes fica longe, difícil de encontrar
Mas, quando o Bourbon é bom toda noite é noite de luar

No táxi que me trouxe até aqui júlio iglesias me dava razão
No clip, paul simon tava de preto mas, na verdade, não era não
Na verdade nada é uma palavra esperando tradução

Toda vez que falta luz
Toda vez que algo nos falta alguém que parte e não volta
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro da piscina

O fogo ilumina por muito pouco tempo (por muito pouco tempo)
Em muito pouco tempo o fogo apaga tudo, tudo um dia vira luz

Toda vez que falta luz
O invisível nos salta aos olhos
Ontem à noite, eu conheci uma guria
Já era tarde, era quase dia
Era o princípio num precipício
Era o meu corpo que caía

Ontem à noite, a noite tava fria
Tudo queimava, nada aquecia
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

Ontem à noite eu conheci uma guria que eu já conhecia
De outros carnavais com outras fantasias
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

No início era um precipício (um corpo que caía)
Depois virou um vício (foi tão difícil acordar no outro dia)
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

domingo, 1 de julho de 2007

Cachoeira

Cachoeira

Descendo a serra, vejo a barragem e o rio na sua imensidão, suas águas escuras e calmas tendo de um lado São Felix e do outro lado Cachoeira, o que mais se destaca nas duas cidades vista ainda de longe são as cruzes de suas igrejas. Nunca desci em São Felix, mas acredito ter muita coisa interessante para se ver. A ponte é antiga, mas há trens de carga que ainda usa os seus trilhos, nessa época de São João o movimento de pessoas e de automóveis é grande, mas a cidade não perde sua beleza. Depois da ponte nos deparamos com a antiga estação de trem que está com a fachada muito bem conservada, mas que está recebendo blocos e cimento nas janelas e em uma das entradas o que é um crime a historia daquele lugar. Hoje é aniversario da cidade e está tendo várias apresentações. A feira de artesanato tem verdadeiras obras de artes. As praças são aconchegantes com suas grandes arvores e as bandeirolas enfeitam toda a cidade. Eu moraria aqui com muito prazer, acordar com o barulho do galo e dos pássaros, ir a feira aos sábados comprar frutas e verduras frescas, aprender a comer e gostar da maniçoba.