sábado, 13 de setembro de 2008
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Marcellino, Nelson Carvalho, Lazer e Educação,4° ed. Campinas- São Paulo: Papirus,1998.
Nelson Carvalho Marcellino é Sociólogo, Doutor em Educação, Livre docente
Publicou as seguintes obras: Estudos do Lazer - Uma Introdução, Lazer & Empresa - Múltiplos Olhares, Como Tirar os Pés do Chão – Corrida e associativis, Repertorio de Atividades De Recreação e Lazer, Lazer – Formação e Atuação, Introdução as Ciências sociais, Lazer e Humanização, Pedagogia da Animação, Lazer e Esporte – Políticas Públicas, Lúdico, Educação e Educação Física.
Quais as relações existentes entre o lazer, a escola e o processo educativo, e de que forma essas possíveis relações podem ser consideradas tendo em vista a formulação de uma alternativa pedagógica – a pedagogia da animação? Procurar respostas para esta pergunta é o objetivo básico deste estudo. Este trabalho buscar analisar mais detidamente a importância do papel da escola, quando se considera o lazer, quer como instrumento, quer como objeto de educação.
Verificamos nos planos social e cultural, em setores significativos da nossa sociedade, de características urbano-industriais que o lazer vem se firmando como área de atuação de uma série de profissionais ou voluntários, das mais variadas formações, que estabelecem com as clientelas uma relação que pode ser classificada como “relação pedagógica”. Embora haja vários estudo sobre o tema “a função educativa do lazer”, porém essa temática só aborda parcialmente a questão.
O livro foi dividido em quatro capítulos. No primeiro há uma analise das formas de entendimento do lazer e da educação, vendo o enfoque dado em cada um dos temas pelos autores da área especificas e para finalizar como o lazer é visto pelos teóricos da educação. O capitulo dois traz uma análise do duplo aspecto educativo do lazer, procurando verificar as possibilidades e riscos da educação para e pelo lazer. No terceiro há análise da relação lazer e escola, destacando a importância da consideração de como vem se efetivando a ocupação do tempo, em especial na infância. O ultimo capitulo procura-se estabelecer alguns elementos para uma “Pedagogia da animação”, que considere as possíveis relações analisadas no decorrer do estudo, entre o lazer, a escola e o processo educativo.
É no meio urbano que a problemática do lazer se apresenta com maior ênfase. Embora o termo “lazer” no vocabulário comum é relativamente recente e marcada por diferenças acentuadas quanto ao seu significado. O que se ver é a redução do conceito a visões parciais, restritas ao conteúdos de determinadas atividades. Assim o lazer é associado ao esporte, ao ar livre e do conteúdo recreativo. A valorização unilateral do lazer apresenta também uma série de riscos, como as possibilidades de sua utilização como fuga, fonte de alienação e simples consumo. Além disto, a insatisfação no trabalho é um dos principais aspectos da alienação que se verifica na civilização técnica. Essa insatisfação no trabalho pode ser consciente ou não e se traduz numa ação permanente e múltipla sobre a vida fora do trabalho, levando os indivíduos para atividades laterais. Sendo assim, o lazer em si não é capaz de salvar o trabalho, mas fracassa juntamente com ele, e só poderá ser significativo para a maioria dos homens se o trabalho o for, de maneira que as próprias qualidades por nós procuradas no lazer terão maior probabilidade de se tornaram realidade se a cão política e social travar a batalha, em duas frentes, do trabalho-e-lazer. O lazer também pode ser alienado como o trabalho. Deste modo, o lúdico seria a negação dessa alienação do trabalho e do lazer, pois é uma criação. O que percebemos são duas grandes linhas de estudo sobre o conceito de lazer. No primeiro o lazer é visto como um estilo de vida, portanto independente de um tempo determinado, liberado do trabalho, mas de outras obrigações. No segundo é visto como “atitude” que será caracterizado pelo tipo de relação verificada entre o sujeito e a experiência vivida. O autor considera o lazer como cultura, vivenciada no tempo disponível, e de caráter “desinteressado”, não se busca outra recompensa da satisfação provocada pela situação.
Muito mais que definir, importa examinar as formas de considerar o lazer, em termos de valores a ele atribuídos uma vez que há uma ligação entre tais abordagens e as relações estabelecidas com a educação. Por elas não se encontrarem isoladas no pensamento dos vários teóricos, sendo aqui especificadas unicamente para fins de análise. Deve-se ressaltar que o lazer é apresentado como fenômeno intrinsecamente problemático e ambíguo. Entre as várias abordagens, pode-se distinguir uma romântica, marcada pela ênfase nos valores da sociedade tradicional e pela nostalgia do passado. Já a abordagem moralista é motivada justamente pelo caráter de ambigüidade do lazer. Na abordagem compensatória o lazer é um instrumento que compensaria a insatisfação e a alienação do trabalho. Por fim a utilitarista onde há a redução do lazer à função de recuperação da força de trabalho, ou sua utilização como instrumento de desenvolvimento. Em todas essas abordagens, a romântica, moralista, compensatória e a utilitarista pode-se depreender uma visão “funcionalista” do lazer que busca a paz social, a manutenção da “ordem”, instrumentalizando o lazer como fator de ajuda. Além disto, ajuda a suportar a disciplina e as imposições obrigatórias da vida social, pela ocupação do tempo livre em atividades equilibradas, socialmente aceitas e moralmente corretas. Desta forma, canalizam-se as tensões e as descargas de agressividade, com isso reduzem-se as transgressões de ordem social, funcionando como válvula de segurança da sociedade. Contrapõe-se a essa visão do lazer como instrumento de dominação, aquela que o entende como um fenômeno gerado historicamente e do qual emergem valores questionadores da sociedade como um todo, e sobre o qual são exercidas influencias da estrutura social vigente. Assim, a admissão da importância do lazer na vida moderna significa considera-lo como um tempo privilegiado para a vivencia de valores que contribuam para mudanças de ordem moral e cultural. Desta forma o lazer seria uma construção ideológica, sob o qual o antilazer se aproveita para penetrar mais eficazmente no modo de vida das pessoas com o objetivo de mantê-las perfeitamente integradas na sociedade. Na relação entre a escola e a sociedade surgem algumas divergências observando-se duas grandes tendências: a primeira, encara a educação como instrumento de reprodução, variando a ênfase na exclusividade da educação como reprodutora ou como um dos agentes de reprodução. Já a segunda, situa a educação no adestramento do sistema capitalista. As duas tendências são críticas a educação tal como ela se apresenta. No entanto, a análise das duas tendências situa-se no contexto capitalista e não significa, de modo algum, um engajamento ás teses de desescolarização. Essa crítica á escola capitalista não significa a negação do valor da educação, enquanto instrumento de mudança, ou como querem alguns, de libertação. Crítica-se a escola a serviço do sistema de produção capitalista e toda a orientação do pensamento liberal típica das classes dominantes. Tratando-se do lazer como veiculo de educação, é necessário considerar suas potencialidades para o desenvolvimento pessoal, social e política uma vez que favorecerá estudos para melhoria e aproveitamento de um importante campo da educação. Torna-se ainda mais necessário um processo educativo de incentivo à imaginação criadora, ao espírito crítico, ou seja, uma educação para o lazer, que procure não criar necessidades, mas satisfazer necessidades individuais e sociais. Sendo assim, só tem sentido se falar em aspectos educativos do lazer, se esse for considerado como um dos possíveis canais de atuação no plano cultural, tendo em vista contribuir para uma nova ordem moral e intelectual, favorecedora de mudança no plano social. Desse modo, a educação pelo lazer acontece numa perspectiva de “educação permanente”, que buscaria o desenvolvimento cultural, através da animação sócio-cultural. Entretanto esta ação educativa consciente, para o bom uso do lazer, deverão participar a família, a igreja, os órgãos públicos e privados, enfim, toda a comunidade em esforço conjugado. Vale ressaltar que ao defender a educação para o lazer é necessário que se esteja consciente de seus riscos. É necessário observar, ainda, que não se pode efetuar a separação entre a educação para o lazer e a educação
Aqui a animação engloba os sentidos de vida, de movimento e de alegria. Portanto, uma pedagogia da animação estar ligada a criação de ânimo, a provocação de estímulos. Na perspectiva da pedagogia da animação à escola funcionaria como um centro cultural popular. Sua tarefa educativa seria efetuada, em termos de conteúdos, fornecendo o instrumento necessário no sentido de auxiliar a superação do senso comum. Em termos de forma, não ignorando as diferenças na apropriação do saber entre alunos e professores. Em termos de abrangência, se estenderia a toda comunidade local, através da participação comunitária. Em termos de espaço, ultrapassaria os limites dos muros dos prédios escolares, estendendo-se a toda comunidade. Em termos de elementos humanos, um grupo de animadores culturais, que aliem competência técnica a um compromisso político de transformação. Em termos de recursos materiais, procurar recursos materiais alternativos e exercer pressões para obtenção de novos recursos, sem deixar que o poder público deixe de lado o lazer e a educação. Aos elementos que foram demonstrados não procura mostrar “caminho verdadeiros”, mas busca contribuir para soluções alternativas de mudança da situação, no campo especifico do plano cultural. Assim, não é possível desconhecer as relações existentes entre lazer, a escola e o processo educativo. A teoria do lazer, que o estende dentro de uma concepção “funcionalista”, em suas várias abordagens, não desconhece essa relação, mas privilegia o primeiro elemento, minimizando o papel da escola no processo educativo, baseando seus argumentos no “ fracasso escolar”. Já a teoria da educação privilegia o segundo elemento, considerando-o apenas a perspectiva da classe dominante. Assim, há uma sedimentação das concepções funcionalistas do uso do tempo do lazer. A necessidade de uma nova pedagogia embasadora de uma nova prática educativa e realista através dessa própria prática, considerando as possibilidades do lazer, como canal possível de atuação no plano cultural, de modo integrado com a escola, no sentido de apoio para a elevação do senso comum, em um aspecto de transformação da realidade social, sempre em conexão como outras esferas de atuação política. Uma pedagogia que analise as necessidades de trabalhar para a mudança do futuro, através da ação de mudança, sem abrir mão do prazer restrito de que se dispõe, mas, pelo contrario, que essa vivencia seja, em si mesma, prazerosa.
O autor utiliza o método indutivo, recorrendo aos procedimentos analíticos e interpretativos fornecidos pela Sociologia, filosofia e Antropologia cultural. Trata-se de uma obra de cuidadoso rigor metodológico, que explora os problemas que se propõe a estudar, sem desvios ou distorções. É uma obra original e valiosa tendo uma ampla riqueza de informações. Apresentada num estilo simples e claro, os resultados e a analise destes permitem uma extrapolação, logicamente se respeitadas as peculiaridades consideradas pelo autor.
Esta obra apresenta especial interesse para estudantes de Pedagogia e Educação física, pois apresenta uma reflexão filosófico-educacional sobre o lazer como elemento pedagógico de significação.pode ser utilizada tanto a nível de graduação como de pós-graduação, pois apresenta linguagem simples.
São jõao em Cachoeira
terça-feira, 1 de julho de 2008
Falando sobre a viagem
domingo, 18 de maio de 2008
A viagem
terça-feira, 6 de maio de 2008
H.L.Mencken
Lenine - A Ponte
Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte
A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
Nagô, nagô, na Golden Gate
Entreguei-te
Meu peito jorrando meu leite
Mas no retrato-postal fiz um bilhete
No primeiro avião mandei-te
Coração dilacerado
De lá pra cá sem pernoite
De passaporte rasgado
Sem ter nada que me ajeite
Coqueiros varam varandas no Empire State
Aceite
Minha canção hemisférica
A minha voz na voz da América
Cantei-te
Lá e Cá
Mangueira, Ilê Aiê e viva o baticum
Quando a Padre Miguel encontra com Olodum
Caymmi com Noel, no Tom maior Jobim
A Penha, a Candelária, o Senhor do Bonfim
Irmão São Salvador e São Sebastião
Tamborim, berimbau na marcação
Pontal do Arpoador, final de Itapoã
Meninos do Pelô, da Flor do Amanhã
Diga aí, diga lá
Você já foi à Bahia, nega? Não? Então vá
Diga lá, diga aí
Você já foi até o Rio, nego? Não? Tem que ir
Rocinha faz parelha lá com Curuzu
Centelha, luz, axé que vem do fundo azul
Do céu, do mar, de Maré até Maricá
No reino de água e sal de mãe Iemanjá
É tanta coisa afim, tanto lá, como cá
Tem Barras, Piedades e Jardim de Alah
São trios e afoxés
Blocos de empolgação
De arranco, negro e branco
Tudo de roldão
Diga aí, diga lá
Você já foi à Bahia, nega? Não? Então vá
Diga lá, diga aí
Você já foi até o Rio, nega? Não? Tem que ir
João, Benjor, Cartola
da Viola, Gil, Velô
Coquejo, Alcyvando
Chico, Ciro, Osmar, Dodô
Geraldos e Ederaldos
Elton, Candeia e Xangô
Rufino, Aldir, Patinhas
da Vila, Ismael, Melô
Monsueto e Batatinha
Silas, Ciata e Sinhô
Salve Mãe Menininha
Clementina voz da cor
Alô, Carlos Cachaça "pedra noventa", falou...
falei: Rio e Bahia...simpatia é quase amor...
Diga aí, diga lá...
Composição: Lenine / Sérgio Natureza
domingo, 20 de abril de 2008
resumo sobre Gestalt
BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma Introdução Ao Estudo de Psicologia. In: ____.A Gestalt. São Paulo: Saraiva, p. 368.
Max Wertheimer, Wolfgang köhler e Kurt Koffa, baseados nos estudos psicofísicos de Ernst Mach (físico) e Christian Von Ehrenfels (filósofo e psicólogo) que relaciona a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicologia.
Esses três estudiosos começaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Eles estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade.
Os experimentos com a percepção (ponto de partida e uns dos temas centrais da Gestalt) levaram os estudiosos ao seguinte questionamento: há relação de causa e efeito entre o estímulo e a resposta – por que, para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta, encontra-se o processo de percepção. Para a compreensão do comportamento humano é necessário saber como o individuo percebe e o que percebe.
O confronto Gestalt/Behaviorismo pode ser resumido na posição que cada uma das teorias assume diante do objeto da psicologia – o comportamento, já que essas duas teorias definem a Psicologia como a ciência que estuda o comportamento. O Behaviorismo, estuda o comportamento através da relação estímulo-resposta. A critica dos gestaltistas ocorre por considerar que o comportamento, quando estudado de maneira isolada de um contexto mais amplo.
Para os gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. Suas justificativa para essa postura é baseada na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade no universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo.
Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura (objeto). Nesses fenômenos da percepção a Gestalt encontra condições para compreender o comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento.
O comportamento é determinado pela percepção do estímulo e, portanto, estará submetido à lei da boa forma, onde existe a tendência da nossa percepção em buscar a boa-forma que permite a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver a forma (boa-forma), mais clara será a separação entre a figura e o fundo. Quando isso ocorre, torna-se difícil distinguir o que é figura e o que é fundo. Desta forma, o conjunto de estímulos determinantes do comportamento é determinado meio ou meio ambiental. São conhecidos dois tipos de meio: o geográfico e o comportamental.
O meio geográfico é o meio enquanto tal, o meio físico em termos objetivos. O meio comportamental é o meio resultante da interação do individuo com o meio físico e implica a interpretação desse meio através das forças que regem a percepção (equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade).
O campo psicológico é entendido como um campo de força que nos leva a procurar a boa-forma. Funciona figurativamente como um campo eletromagnético criado por um ímã (a força de atração e repulsão). Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas.
Esse processo ocorre de acordo com três seguintes princípios. O primeiro é o da proximidade onde os elementos mais próximos tendem a ser agrupados. O segundo é o da semelhança onde os elementos semelhantes são agrupados e o terceiro é o fechamento onde uma tendência de completar os elementos faltantes da figura para garantir sua compreensão.
Frederick Perls desenvolveu a concepção da Gestalt-terapia, dois grandes articuladores dessa abordagem são Lore Perls e Paul Goodman. A Gestalt-terapia é uma abordagem psicoterapêutica nascida da inter-relação de várias escolas filosóficas e teóricas a partir da organização especifica do seu criador.
Nessa abordagem, a existência humana é definida segundo a relação campo-organismo-meio, sendo impossível conceber o ser humano fora do contexto e do meio no qual está inserido. Partindo desse pressuposto o processo de conscientização é vital, pois é a partir dele que o sujeito pode estabelecer contatos de boa qualidade, responsabilizando-se por sua existência e assumindo plenamente seu potencial, que mais é do que a auto-realização. O principio de auto-realização existe em todos os organismos e é responsável pela satisfação de necessidades e pelo conseqüente equilíbrio organísmico.
Para a Gestalt-terapia a única possibilidade de existência é o aqui e agora, posto que o ontem já foi e o amanhã não chegou. Como a abordagem gestáltica volta-se para o todo, e em muitos aspectos somos a totalidade de nossas experiências, o que dar a entender q eu não reconhecer o passado significa alijar do sujeito uma parte que compõe. No entanto falar do passado não traz energia suficiente para presentificá-lo nem possibilidade de integrá-lo ao presente de modo a propiciar crescimento. Por isso não se pode viver como se estivesse no passado ou futuro qualquer possibilidade de viver é o agora.
A homeostase é o processo através do qual o organismo satisfaz suas necessidade. Uma vez que as necessidades são muitas, o processo de homeostase perdura o tempo todo. Por isso podemos chamá-lo de processo de auto-regulação.
Já a awareness é um processo de contato na relação estabelecida entre campo, organismo e meio, com qualidade acentuada de atenção e sentido. A awareness é experimentar e saber como e o que eu estou fazendo agora.
O contato e a fuga são opostos dialéticos. São descrições dos caminhos pelos quais encontramos os fatos psicológicos. A fuga na Gestalt-terapia não significa necessariamente ser um comportamento defensivo neurótico. O que determina a adequação e asserção desse comportamento está relacionado com a awareness envolvida na situação.
Devido à influencia do holismo, na Gestalt-terapia saúde não é simplesmente a ausência de doença. Saúde como um processo sempre cambiante, em que por meio de uma interação adequada com o meio o organismo satisfaz suas necessidade. Essa visão engloba todos os aspectos do ser humano como um todo organizado; o físico, o psíquico e o espiritual somam-se numa configuração indivisível cujo funcionamento é harmônico.
Ajustamento criativo é o processo que demanda ajustamento possível naquele momento, porém interagindo criativamente dentro do campo de interação. Esse termo refere-se aos ajustamentos possíveis entre o individuo e o meio que possam promover de alguma forma o fechamento de figuras.
A palavra self é utilizada quase como um sinônimo de “eu” ou “eu mesmo”, determinando uma característica de instancia psíquica. O self não pode ser considerado como instância, mas como sistema cuja função é variável dependendo da necessidade organísmica e do meio no qual esse organismo busca sua satisfação. Desta forma, o self propicia e age como integrador de experiências, e quando falamos em experiências não podemos deixar de pensar em percepção num sentido amplo.
O self pode assumir a função ou aspecto de Ego, Id e Personalidade, muito embora essas três funções tenham mais efeito didático do que uma correspondência total com a realidade, posto que viver é processo e existe a subjetividade e a peculiaridade de cada um. Desta forma, o Ego, Id e Personalidade são concebidos como aspectos/funções do self.
A função do Id é a que parece necessitar menos de “consciência”, uma vez que está ligada as funções e aos atos automáticos, como a satisfação de necessidade vitais e pulsões internas. Já a função Ego está ativa no self em que há deliberação de atitude por parte do individuo, tanto no sentido de assimilação como no de rejeição. A função personalidade está intimamente ligada à auto-imagem de cada um. Esta função tem por tarefa básica assegurar a integração das experiências anteriores, construindo a identidade de cada um ao longo do tempo.
A neurose são as interrupções do fluxo natural de figuras, tornando-as “inacabadas”. Em função do acumulo de situações não resolvidas o individuo começa a perder a capacidade de hierarquizar necessidades, cristalizando determinadas situações e tornando-as “figuras rígidas”. Essa interrupção dos processos contínuos da vida é tamanha que acaba por sobrecarregar o individuo, impedindo-o de estabelecer figuras cristalinas, impedindo assim seu fechamento.
Perls explica a estrutura da neurose, dividindo-a em cinco camadas. A primeira é a camada dos clichês nela encontramos símbolos e gestos destituídos de sentido e por isso vividos automaticamente. A segunda é a camada do desempenho de papeis essa se incumbe de mostrar ao mundo e ao outro aquilo que não somos. A terceira camada é a implosiva, também chamada de camada da morte, pois ocorre uma “paralisia” causada por forças
A confluência é quando o individuo não sente barreiras entre si mesmo e o mundo ou o outro. Assim, a “dissolução” da fronteira de contato, ficando obscuro o limite estabelecido entre o individuo e aquilo com o que está em confluência.
A confluência patológica impede que o indivíduo perceba e respeite as diferenças incluídas em determinada situação; evidencia-se uma dificuldade crônica de barreira e aceitação daquilo com o qual ele não está confluente.
Na projeção há uma tendência a responsabilizar o meio por conteúdos que são do próprio individuo. O sujeito que projeta constantemente, atribui ao mundo e ao outros defeitos ou qualidades que no geral estão em si mesmo.
Resumo sobre psicanálise
BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma Introdução Ao Estudo de Psicologia. In: ____.A psicanálise. São Paulo: Saraiva, p. 368.
Com o estudo dos “processos misteriosos” do psiquismo, suas “regiões obscuras”, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como problemas científicos, levou Freud à criação da psicanálise.
O termo Psicanálise é usado em três campos diferentes: como teoria caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Como método de investigação busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres. Como prática profissional refere-se à forma de tratamento- analise – que busca o autoconhecimento ou a cura, que ocorre através desse autoconhecimento.
Freud formou-se em medicina na Universidade de Viena, em 1881, especializou
Breuer nomeou de método catártico o tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Esta liberação de afetos leva à eliminação dos sintomas.
Inicialmente Freud usava a hipnose para obter a historia da origem dos sintomas. Posteriormente, passou a utilizar o método catártico. Depois de algum tempo Freud modifica esse tratamento e não empregará mais a hipnose. Desenvolveu a técnica de “concentração”, na qual a rememoração sistemática era feita por meio de conversação normal; e por fim abandonou as perguntas para se confiar por completo à fala desordenada do paciente.
Ao deixar seus pacientes à vontade no curso de suas falas e idéias, Freud observou que muitas vezes, eles ficavam embaraçados, envergonhados com algumas idéias ou imagens que lhes ocorriam. A esta força psíquica que se contrapõem a tornar consciente, a expor um pensamento, Freud nomeou de resistência. E chamou de repressão o processo psíquico que visa esconder, fazer desaparecer da consciência, uma idéia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Estes conteúdos psíquicos “localizam-se” no inconsciente.
Em 1900, Freud apresenta concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instancias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
No inconsciente estar os conteúdos reprimidos, que não tem acesso aos sistemas pré-consciente/ consciente, pela ação de censuras internas. Estes conteúdos podem ser sido conscientes, em algum momento, e ter reprimidos, isto é “foram” para o inconsciente, ou podem ser genuinamente inconscientes.
O pré-consciente é onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis a consciência. É aquilo que não está na consciente, neste momento, e no momento seguinte pode estar.
O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informação do mundo exterior e as do mundo interior.
Freud nas suas práticas clinicas sobre as causas e o funcionamento das neuroses, descobriu que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos nos primeiros anos de vida se configuravam como origem dos sintomas atuais. Assim a sexualidade é postulada a existência da sexualidade infantil.
Os principais aspectos destas descobertas são:
A função sexual existe desde o principio da vida, logo após o nascimento.
O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção do prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher.
A libido, nas palavras de Freud, é a energia dos instintos sexuais.
As excitações sexuais estão localizadas em parte do corpo. Com isso, Freud postula as fases de desenvolvimento sexual em: fase oral (a zona de erotização é a boca), fase anal (a zona de erotização é o anus), fase fálica (a zona de erotização é o órgão sexual); em seguida vem um período de latência, que se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das atividades sexuais. E, finalmente a fase genital, quando a erotização não está mais no próprio corpo, mas em um objeto externo ao individuo – o outro.
Na fase fálica que acontece dos três ao cinco anos ocorre o complexo de Édipo, onde a mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai é o rival. Ele então procura ser o pai para “ter” a mãe isso ajudará na estruturação da personalidade do individuo. Ao internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna e com medo de perder o amor do pai “desisti” da mãe.
A realidade psíquica é aquilo que para o indivíduo, assume valor de realidade. E é isso o que importa, mesmo que não corresponda a realidade objetiva.
Outro postulado teórico de Freud é o funcionamento psíquico que é concebido a partir de três pontos de vista: o econômico (que existe uma quantidade de energia que “alimenta” os processos psíquicos), o tópico (aparelho psíquico é constituído de um numero de sistemas que são diferenciados quanto a sua natureza e modo de funcionamento, o que permite considera-lo como “lugar” psíquico) e o dinâmico (no interior do psiquismo existem forças que entram em conflito e estão, permanentemente, ativas. A origem dessas forças é a pulsão). Compreender os processos e fenômenos psíquicos é considerar os três pontos de vista simultaneamente.
A pulsão (Eros é a pulsão de vida e abrange as pulsões sexuais e as de autoconservação e Tanatos é a pulsão de morte) e sintoma (conflito interno entre o desejo e os mecanismos de defesa).
Ao remodelar a teoria do aparelho psíquico, em 1920 e 1923, Freud introduz os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade.
O id constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se “localizam” as pulsões: a de vida e a de morte. Já o ego é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências de id, as exigências da realidade e as “ordens” do superego. Procura “dar conta” dos interesses da pessoa. É regido pelo princípio da realidade, que, com o princípio do prazer, rege o funcionamento psíquico. É um regulador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação considerando as condições objetivas da realidade. O superego origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalizarão das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais. Para a Psicanálise, o sentimento de culpa origina-se na passagem pelo complexo de Édipo.
Os mecanismos de defesa são processos realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo. Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo assim o aparelho psíquico. Os mecanismos de defesa são: recalque, formação reativa, regressão, projeção e a racionalização. Há outros mecanismos de defesa do ego como: denegação, identificação, isolamento, anulação retroativa, inversão e retorno sobre si mesmo.
O trabalho psicanalítico é o deciframento do inconsciente e a integração de seus conteúdos na consciência. Isto por que estes conteúdos desconhecidos e inconscientes que determinam à conduta dos indivíduos.
sábado, 22 de março de 2008
Teoria do Caos
sexta-feira, 21 de março de 2008
domingo, 24 de fevereiro de 2008
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Ela Une Todas As Coisas Jorge Vercilo / Jota Maranhão |
Ela une todas as coisas |